Matheus Cônsoli, Matheus Marino e Camila Guimarães, dão continuidade nos temas relativos ao desafio das cooperativas, tratamos da questão da concorrência e potencial concentração de cooperativas no artigo anterior, que com consequência demandará maior profissionalização da gestão e melhorias no sistema cooperativista.
<span style=""line-height:" 1.6em;"="">Na continuidade dos temas relativos ao desafio das cooperativas, tratamos da questão da concorrência e potencial concentração de cooperativas no artigo anterior, que com consequência demandará maior profissionalização da gestão e melhorias no sistema cooperativista.
Nesse sentido, as cooperativas mais estruturadas, capacitadas e capitalizadas deverão liderar um processo de profissionalização da gestão e avanços no sistema cooperativista, modernização de “regas” e estatutos, bem como atração de profissionais de mercado e gestores capacitados para liderar processos complexos nessas organizações. Logicamente, muitos cooperados e membros da comunidade podem assumir postos de liderança e gestão, mas limitar essas funções exclusivamente a esse público pode limitar a capacidade de gestão das cooperativas.
Assim, melhorias no sistema cooperativista e a profissionalização da gestão é um dos desafios das cooperativas de “nova geração”. Segundo Fábio Chaddad, especialista em cooperativismo, para atingir sucesso nesse processo as cooperativas precisam de:
GANHO ESCALA E EFICIÊNCIA: mudanças no ambiente competitivo forçam as cooperativas a buscar ganhos de eficiência operacional e economias de escala a fim de não perder relevância no mercado.
GESTÃO PROFISSIONAL E GOVERNANÇA: profissionalização da gestão da cooperativa com boas práticas de governança e completa separação entre propriedade e gestão.
PRODUTORES ASSOCIADOS COMPROMETIDOS: políticas de fidelização do cooperado que aumentem a utilização de seus serviços, a participação na governança e sua adequada capitalização.
CAPITALIZAÇÃO ADEQUADA. em geral, as cooperativas de sucesso buscam novos mecanismos de capitalização para viabilizar investimentos necessários ao crescimento.
Vale ressaltar que esses desafios são especialmente relevantes em um cenário onde os produtores se sentem “menos dependentes” e mais individualistas, demandando esforços para “refazer os espírito cooperativista”, principalmente na nova geração de agricultores, que tem perfil de relacionamento e compras diferente das gerações anteriores, e tendem a se envolver menos nas atividades e gestão da cooperativa, o que acelera o ciclo e a necessidade de profissionalização.
Esse é um desafio em tanto, e precisa ser reconhecido, abordado e demanda esforços das cooperativas para interagir e atrair esses “novos” cooperados para a cooperativa do século XXI.