O Desenvolvimento das Cooperativas Parte VI - Novos Negócios e Diversificação

Matheus Cônsoli finaliza uma sequência de discussões sobre o desenvolvimento das cooperativas tratando do tema da diversificação e novos negócios.

Esse artigo finaliza uma sequência de discussões sobre o desenvolvimento das cooperativas tratando do tema da diversificação e novos negócios. Outros fatores têm suportado o desenvolvimento e aumento da relevância das cooperativas na distribuição de insumos tais como a expansão geográfica, capilaridade da equipe de campo, amplo portfólio de soluções, suporte técnico e novos negócios/diversificação e o modelo de financiamento utilizado por essas organizações.

Não é difícil observar e verificar que muitas cooperativas, dentro do escopo do agronegócio, têm diversificado suas operações, desenvolvido novos negócios, verticalizado unidades de negócios para agregar valor às commodities na maioria dos casos. Exemplos como concessionárias de máquinas, operações de grãos, processamento e esmagamento, logística, indústria de alimentos e bebidas, abatedouros etc.

Do ponto de vista de negócios, essa diversificação tende a reduzir riscos, estabilizar o fluxo de caixa, além de possibilitar escala e poder de barganha, acesso a novos mercados (nacionais e internacionais), sendo que muitas cooperativas se tornam quase que “conglomerados” agroindustriais. Mas a origem básica do negócio se mantém na produção de commodities que demandam insumos e tecnologias para sua produção, que a partir daí, abastece a cadeia de valor a jusante.

Nesse processo, com maior diversidade de negócios, operações e soluções mais completas, as cooperativas alavancam as vendas de insumos necessários para a produção. Por outro lado, em termos relativos, mesmo com o aumento das vendas e negócios com insumos, seu percentual nos negócios totais tende a reduzir, uma vez que os outros negócios crescem e reduzem a proporção do faturamento total da cooperativa com insumos.

Com isso, as cooperativas mais estruturadas e verticalizadas (e isso acontece também com algumas revendas de maior porte) balanceiam o mix de margem e reduzem a dependência dos insumos agrícolas no seu negócio com um todo. Mas como já citado, a venda de insumos para produção de grãos e proteínas seguirá sendo a base desse importante negócio.

Naturalmente, isso traz vantagens e atrai produtores a participar do sistema, dado que num mesmo local se compra insumos, se financia, se entrega a produção. Ademais, a diversificação e verticalização aumenta os resultados (sobras) que em são revertidos em investimentos (capitalização) e/ou distribuído aos associados.

Assim, não há como não reconhecer a importância das cooperativas no agronegócio, especialmente pela capacidade e integrar milhares de associados, produção de alimentos e energia, geração de empregos e renda. Seu desenvolvimento é desejável e positivo para o agro, para a economia e para o Brasil.

Sobre Matheus Alberto Cônsoli
Matheus Albeto Cônsoli ?? Especialista em Estratégias de Negócios, Gestão de Cadeias de Suprimentos, Distribuição e Marketing, Vendas e Avaliação de Investimentos. Doutor pela EESC/USP. Mestre em Administração pela FEA/USP. Administrador de Empresas pela FEA-RP/USP. Professor de MBA??s na FUNDACE, FIA, FAAP, PECEGE/ESALQ, entre outros.